Nossa Senhora de Fátima desde 1960
Nossa Senhora de Fátima é uma Paróquia portuguesa do concelho/arciprestado de Aveiro, com 12,44 km² de área e 1 924 habitantes (2011). Densidade: 154,7 hab/km².

A Paróquia de Nª Sª de Fátima foi criada em 13 de Agosto de 1960, por D. Domingos da Apresentação Fernandes, Bispo de Aveiro
[Também foi freguesia, com a mesma designação, aprovada pela Assembleia da República, em 11 de Julho de 1985, a lei que criou a freguesia de Nossa Senhora de Fátima, no concelho de Aveiro. É uma das poucas freguesias suburbanas ou rurais cuja sede não corresponde ao nome autárquico. O edificio da junta de freguesia fica situada entre os trêss lugares que componham a mesma edilidade, a saber, Póvoa do Valado, Mamodeiro e Perajorge. - cfr https://uniao-rfn.pt/

25º aniversário da Freguesia
Publicamos, na íntegra, o discurso proferido pelo Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia na ocasião
Sr. Dr. Girão Pereira
Sr. Dr. Alberto Souto
Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Nª Sª de Fátima
Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Requeixo Sr . Manuel Branco Pontes
Sr. Membros da Assembleia F Nª Sª de Fátima
Minhas Senhoras e Meus Senhores
É dentro deste singelo espírito de comemoração dos 25 anos da nossa Freguesia que aproveito para, em nome do povo desta Freguesia de Nª Sª de Fátima, vos saudar com gratidão e amizade. Digo com gratidão e amizade porque estou convicto que todos vós, aqui presentes, de um modo ou de outro contribuístes para que esta terra progredisse ao longo destes 25 anos. Também com esse espírito de contribuição vou partilhar convosco algumas breves notas históricas e simultaneamente referências de homenagem àqueles que com amor a esta terra partilharam o seu património, o seu trabalho, a dedicação e a doação de muitas horas de lutas para porem de pé esta Freguesia.
Até ao Liberalismo, com a revolução liberal de 1820, "freguesia" e "paróquia" são sinónimos (à semelhança de "concelho" e "município"), não havendo uma estrutura civil separada da estrutura eclesiástica. Nesses tempos, o termo «freguês» servia para designar os paroquianos, que eram, por assim dizer, «fregueses» do pároco. Só com a reforma administrativa de 1835, surgem pela rimeira vez como órgãos administrativos, as freguesias, tendo como órgãos a Junta de Paróquia, eleita, e o Comissário de Paróquia, escolhido pelo administrador de concelho de entre três nomes indicados pela respectiva Junta de Paróquia. Esta estrutura civil da Junta de Paróquia, surge assim autonomizada da estrutura eclesiástica; os seus limites territoriais, no entanto, eram geralmente coincidentes com os das paróquias eclesiásticas que vinham desde a Idade Média. No ano de 1916, com a Lei n.º 621, de 23 de Junho de 1916, as paróquias civis passam a designar-se freguesias (e a Junta de Paróquia passa a designar-se Junta de Freguesia), fixando-se assim a diferença entre a estrutura civil (freguesia) e a estrutura eclesiástica (paróquia). Contudo, em linguagem popular, é vulgar falar-se da pertença a determinada freguesia quando, de facto, se pretende falar da pertença a uma comunidade paroquiana. Lembrei aqui, estas notas históricas porque acho que têm a ver com a origem e criação da nossa Freguesia. A freguesia religiosa proporcionou a criação da civil. Como sabem a paróquia de Nª Sª de Fátima existe desde 13-8-1960 e desde essa data que se começou a pensar não só na vertente religiosa, mas a pensar e sonhar com o dia em que esta comunidade dos lugares de Mamodeiro, Perajorge e Póvoa do Valado seriam Freguesia administrativa. Em 1972 chegou a proceder-se à recolha de assinaturas nos lugares, mas a iniciativa não resultou. Temos de transmitir aos vindouros que à sombra da Igreja Paroquial nasceu a tão desejada Freguesia de Nª Sª de Fátima. Os homens de há 50 anos trabalharam afincadamente para, do nada, porem de pé, a estrutura eclesiástica. Por entre esse trabalho de construtores de almas foram simultaneamente chamando a atenção para o aparecimento de uma comunidade como povo independente, mas responsável e comprometido com o desenvolvimento harmonioso da comunidade local. O seu fim último era de proporcionar bem–estar e boa qualidade de vida à população. Recordando e prestando a nossa homenagem de gratidão a esses homens, trabalhadores e lutadores incansáveis em prol das suas gentes, não podemos começar sem fazer referência ao Pe Artur Tavares de Almeida. Homem obreiro da paróquia mas que não deixava de se interessar pela criação das estruturas civis desde que isso contribuísse para o bem-estar das suas gentes. Por isso enquanto esteve ao serviço destas gentes sempre foi impulsionador do desenvolvimento de obras comuns. "homem de fé profunda, teimoso e difícil; mas os homens precisam de ser teimosos e difíceis", penso ser esta a caracterização feita pelo então Presidente da C.M.A.Dr. Girão Pereira acerca do saudoso Pe Artur. Todos nós sabemos que quando ia para a CMA, não vinha de lá sem ser recebido e sem ter o problema resolvido, nem que para isso estivesse lá o dia todo. Sr. José Augusto de Oliveira, da Póvoa do Valado, foi Presidente da Junta de Requeixo, antes do 25 de Abril de 74 e a ele se devem duas tentativas de criação da Freguesia Civil. Temos que recordar ainda aqueles que se despojaram dos seus bens para os porem ao serviço da comunidade civil e religiosa. Sr. Manuel Simões Tomás (Capela),da Póvoa do Valado, doou o terreno onde se encontram a sede da Junta, Salão e Posto médico. Recordo ainda mais três nomes, que doando bens para a implantação da paróquia, indirectamente muito contribuíram para a criação da freguesia. Sr. José Marques Mostardinha, foi o primeiro a pôr à disposição da comunidade um terreno para a construção da Igreja. D. Maria dos Prazeres Ferreira, natural de Eixo mas casada na Póvoa do Valado, doou as suas propriedades que vendidas reverteram para a construção da residência Paroquial e 1ªs prestações da Igreja Matriz. Sr. Ernesto Heleno, da Póvoa do Valado, doou a terra onde se encontra a residência paroquial. Outros houve que colaboraram, enquanto representantes destas gentes, na Freguesia de Requeixo após o 25 de Abril Sr.César Marques Dias, da Póvoa do Valado, foi membro da Junta de Freguesia de Requeixo. Foi devido ao interesse e trabalho do Sr. César que em 1979 foi publicado no Diário da República o projecto lei da criação da Freguesia de Nª Sª de Fátima, por iniciativa do CDS. Sr. Porfírio Vieira de Carvalho e Silva, da Povoa do valado, foi secretário da Junta de Freguesia. Sr.Jaime Vieira de Carvalho e Silva; de Mamodeiro, foi presidente da Assembleia de Freguesia. Viriato Simões Bodas, de Mamodeiro, foi secretário da Junta de Freguesia. Deve referir-se ainda o trabalho desenvolvido pela Comissão Instaladora, que teve a tarefa de preparar todo o processo de transição até às novas eleições. Fizeram parte desta Comissão: António Vidal Simões Lisboa, Porfírio Vieira Carvalho e Silva, Manuel Valente dos Santos, Antero Marques dos Santos, Mário Santos Silva, António Vieira Mostardinha e Manuel Rodrigues Maia. Cabe aqui também uma palavra de profunda gratidão ao então Presidente da CMA, Dr. Girão Pereira, pelo apoio e por toda a dedicação que sempre demonstrou no processo da criação da nova Freguesia. Aquando das obras sempre encontrou maneiras de ajudar esta freguesia, desde a disponibilização dos técnicos até à disponibilidade financeira sem a qual nada disto se teria feito. Acima de tudo pelo relacionamento humano como tratou estas gentes. Da forma coma acolheu as iniciativas, como aceitou as incompreensões e tentou que tudo chegasse a bom termo e a contento de todos. Ao Engº Victor Silva pela dedicação no acompanhamento das obras, pela maneira como recebia as pessoas ligadas à freguesia, pelo interesse que manifestava e sobretudo pela resolução dos problemas que surgiam e que aqui localmente não se conseguiam solucionar. Ao Sr. Manuel Branco Pontes, à época Presidente da Junta de Freguesia de Requeixo, homem franco, de saber ouvir e ponderado no dizer, teve um papel muito importante com as posições que tomou pois não é fácil geriu uma comunidade que vê separar uma parte significativa. A sua contribuição foi importante para esta transição já que a criação da nova freguesia não foi do agrado de toda a população. A criação da Freguesia de Nª Sª de Fátima foi aprovada pela Assembleia da República, na sua Sessão Plenária do dia 11-7-85. Entrou oficialmente em vigor com a publicação da Lei nº 104/85 de 4.10.85. no DR- 229- I série a 4.10.85. Até então os lugares de Mamodeiro, Perajorge e Póvoa do Valado pertenceram à Freguesia de Requeixo, freguesia de origem longínqua que em 1209 já era referenciada no relatório das Igrejas da diocese de Coimbra. A freguesia de Requeixo foi em tempos a maior do concelho de Aveiro. A partir dela já se tinham desanexado anteriormente outras duas outras freguesias: Fermentelos e Nariz. E em 1985 a separação dos lugares de Mamodeiro, Perajorge e Povoa do Valado para a constituição da actual freguesia de Nª Sª de Fátima. No período efectivo da Freguesia de Nª Sª de Fátima já integraram os órgãos da Freguesia mais de 80 autarcas. Até à presente data já foram eleitos sete órgãos executivos (Junta de Freguesia), com três remodelações e simultaneamente outros tantos órgãos deliberativos (Assembleia de Freguesia).
Os Presidentes de Junta desde então foram: Porfírio Vieira Carvalho e Silva (1º e 2º) Antero Marques dos Santos (2º e 7º) José Ferreira de Almeida (3º) Fernando Vieira Ferreira (4º e 5º) Luís Claro de Jesus (6º) Presidentes da Assembleia de Freguesia Antero Marques dos Santos (1ª) António Vidal Simões Lisboa (2ª) Manuel Dias Simões Vieira (3ª, 6ª e 7ª) Manuel Ferreira Valente (4ª e 5ª) Estes executivos trabalharam com os executivos municipais presididos pelo Dr. Girão Pereira, Pof. Celso Santos, Dr. Alberto Souto e Dr.Élio Maia. A estes Presidentes o nosso agradecimento pela colaboração dada a esta Freguesia. A todos os referidos e aos muitos outros que de um modo ou outro contribuíram para o engrandecimento da nossa terra a nossa profunda gratidão
